Caríssimas irmãs,
dirigimo-nos a vocês com a tradicional informação via Boletim, que permite entrar mais profundamente no caminho que estamos fazendo e partilhá-lo com vocês, que estão muito presentes através de numerosíssimas mensagens, de orações e de encorajamento que nos chegam através do site institucional e via e-mail.
Hoje foi aberta, por assim dizer, a segunda etapa do nosso itinerário, aquela que nos conduz, decididamente, à busca de luzes comuns para redesenhar os nossos projetos de circunscrições e, sobretudo, a elaborar o projeto do continente americano. É importante, pois, partilhar com vocês o que já vivenciamos até hoje.
Acolhidas pela impecável e generosa hospitalidade das irmãs brasileiras, entramos na sua realidade, visitando a “Central Paulinas”, a nova estrutura que abriga, em dois edifícios, os setores centrais de apostolado e três comunidades, inclusive a do governo provincial. Alegramo-nos com a excelente organização e pelo empenho partilhado entre as irmãs e os leigos. Um bom prenúncio, este, para iniciar em comunhão de intenções o nosso encontro, deixando-nos iluminar pelo Espírito Santo que, juntas, estamos invocando com força para que se realize em nós o seu Pentecostes.
E ao Espírito se referiu ir. M. Antonieta Bruscato na sua relação introdutória, convidando-nos a uma escuta “sapiente” para procurar «a “justa direção”, certas de que o futuro está nascendo já no presente e está vivo no desejo expresso de um projeto que faça crescer a nossa vida e nos permita gerar vida». Este projeto, acentuou a superiora geral, deverá ser inspirado pelo Senhor, fundamentado na Palavra, voltado para redesenhar a vida espiritual, a formação, a vida comunitária, a missão, seguindo a pedagogia dos pequenos passos. E tudo isso, em constante diálogo com a realidade do mundo e da humanidade de hoje.
Nesse espírito apresentamos em assembleia a síntese da busca realizada em nível de circunscrições sobre as tendências emergentes no contexto socio-cultural-religioso-comunicacional no qual vivemos e trabalhamos. Grandes os desafios emergentes, muitas as necessidades que interpelam a nossa comunhão, a nossa solicitude apostólica, a nossa responsabilidade histórica. Como continuar a ser presenças significativas e proféticas no lugar em que vivemos? Como partilhar energias e recursos, projetando itinerários ou estratégias comuns para responder aos apelos de Deus?
Muitas provocações, a esse respeito, vieram das conselheiras gerais e da ecônoma, que expuseram os diversos âmbitos da vida paulina (a espiritualidade e a pastoral vocacional, a formação e a vida comunitária, a comunicação, a missão, a partilha do carisma com os leigos, a economia), instigando-nos a ir além, a cultivar uma profunda vida interior, a abrir-nos a novas modalidades apostólicas, a entrar com decisão no mundo das novas tecnologias, a nutrir uma grande simpatia pelo futuro e, portanto, para os jovens, a administrar sabiamente, a ousar caminhos inéditos de comunhão e de colaboração com os leigos.
O caminho desses primeiros dias foi ainda iluminado, sexta-feira, 13 de maio, pelas exposições do prof. Daniel Seidel, doutor em ciências políticas, e do jesuíta Mario F. Miranda. A análise da conjuntura atual na qual se encontram os diversos países da América Latina e do Caribe, feita com competência e rigor pelo prof. Seidel, foi, de certa forma, completada e enriquecida pelo padre França Miranda que, apresentando uma ampla visão da vida eclesial no continente americano, evidenciou os desafios que hoje se abrem à ação evangelizadora da Igreja pós-Aparecida diante das profundas mudanças sócio-culturais porque passam os países deste continente.
Foi, para nós, uma interessante “viagem”, sobretudo na multiforme realidade da América Latina, onde a Igreja se confronta com o binômio ?discípulos-missionários? e o desafio de recomeçar da missão.
Muitas outras coisas foram ditas? Por isso, recomendamos que consultem as duas palestras que estão na seção “recursos” da página do site institucional dedicada ao ?redesenho?.
Como se posicionam as Filhas de São Paulo diante desses desafios? Como vivemos e anunciamos Jesus Cristo neste continente? As respostas foram dadas na apresentação feita hoje, pelas superioras de circunscrições, sobre a realidade de cada província e delegação, dos redesenhos já realizados e os em realização, das propostas a serem partilhadas a respeito das probabilidades de caminhos comuns.
Os tempos são propícios para começar a “desenhar”, neste oásis da “Cidade Regina”, as coordenadas de um Projeto de redesenho em nível continental?
Irmãs caríssimas, precisamos, mais do que nunca, do apoio de vocês e de muita oração. Obrigada.
Lembramos que no site www.paoline.org, na página “redesenhar”, vocês encontrarão o programa do encontro, os nomes das participantes, os textos dos relatores e outros recursos, as fotos e informações diárias. Tudo isso possibilitará que vocês nos acompanhem mais de perto.
Uma cordial saudação de todas nós. Com carinho,
ir. Iris Pontim e ir. M. Rogéria Bottasso
São Paulo, 16 de maio de 2010