VOZ
que grita
no deserto
Apenas uma voz, que procura encontrar o modo certo para abrir o coração à espera. Humilde testemunha de uma chegada, homem que escolhe preparar as condições.
O batismo de João é um bom rito para colocar novamente em circulação palavras como morte, luz e esperança. Seu batismo é apenas um rito muito humano de preparação ao encontro.
Uma voz e uma testemunha.
Que no final é o que também nós devemos aprender a ser hoje.
Ser voz, talvez no deserto, mas voz. Ou seja, falar dele. Narrar uma história que, se não bailar na boca das pessoas, morre.
Encontrar estratégias para narrar Deus e sua extraordinária aventura no coração da humanidade.
Ser a voz de uma vida que pede para ser narrada em toda a sua pungente e comovente beleza.
Ser testemunha não significa ser perfeito, significa ser visível e credível. É saber mostrar que a nossa forma de interpretar a vida é apenas fruto de uma paixão ardente.
E tu quem és? Os sacerdotes e levitas intervêm violentamente. Eles vêm de Jerusalém e querem saber. A resposta torna-se cada vez mais reduzida e essencial: eu não sou o Cristo.
Tudo isso acontece além do Jordão. Onde João estava esperando pelo Messias. Para além de um rio para atravessar. Porque também ele sentiu a necessidade de mergulhar e ressurgir para uma nova vida.