O que o Messias quer fazer, o que o Filho de Deus quer cumprir é mergulhar nesta humanidade. O julgamento do povo será tremendo contra este Deus que mergulha sem medo de ser contaminado. Imerso nas casas dos pecadores, nos dias de exploração das prostitutas.
Um Deus que não cala diante dos publicanos, dos traidores, dos assassinos.
Um Deus que se imerge para dizer-nos que sem esta entrada totalizante e amorosa na vida do irmão a nossa ação estará condenada ao fracasso.
Um Deus que, ao mergulhar na escória dos homens, atrairá a condenação dos juízes irrepreensíveis da moralidade alheia.
Não percebe que eles o usam? Não consegue nem perceber que aqueles com quem está são pecadores? Qual é o sentido de tornar-se como eles? Ele não consegue nem dizer quem está com ele e quem está contra ele, como pode dizer que é o Messias?
Estes mesmos pensamentos provavelmente passaram pela mente do Batista. E quem sabe se pelo menos ele viu os céus se abrirem ou se apenas Jesus ouviu a voz do Pai dizendo: eu te amo assim. Tu és a verdade da minha face, em ti o céu pode finalmente se abrir para revelar a face mais profunda do amor.
Jesus escolhe amar até perder-se no mistério do homem. Certeza que sempre haverá um céu pronto para se abrir, dizendo: eu te amo assim. Meu filho. Tu és a face do meu Desejo