Caríssimas irmãs e jovens em formação,
como todas aquelas que não tiveram o privilégio de conhecer pessoalmente Mestra Tecla, alegro-me ao escutar as irmãs que percorreram um trecho do caminho com ela. Toca-me, de modo particular, a referência à sua fé, declinada em todas as tonalidades de amor, porque a fé, a autêntica, «nasce do amor e segue a dinâmica do amor de Deus» (Lumen fidei, 50).
A fé simples e forte da Primeira Mestra é fundamentada sobre a confiabilidade do Senhor, que jamais falha em sua promessa: «Não temais, eu estou convosco», que «não te dá aquilo que pedes, te dá aquilo que crês». E foi esta fé, cotidianamente nutrida da Palavra e da Eucaristia, que iluminou o seu serviço de amor à congregação, que a guiou com sabedoria e materna solicitude, fiel discípula do Fundador e intérprete para nós do seu carisma profético, traduzido naquelas notas de sabedoria cotidiana que deram profundidade às nossas raízes e impulso ao desenvolvimento missionário.
Mestra Tecla nos amou e acompanhou com coração de mãe, apontou o caminho e encorajou a percorrê-lo, mesmo nos cansaços e nas provas, curou as nossas feridas, confortou as doentes, testemunhou o amor pelos pobres e o dever da hospitalidade, constantemente convidava a rezar pelas necessidades espirituais e materiais da humanidade, e a não perder-nos em coisas de pouco valor, mas a sair de nós mesmas, a alargar a mente e o coração:
Às vezes damos muita importância às pequenas coisas e esquecemo-nos das demais. Perdemo-nos em coisas de pouca importância, fechamo-nos em nós mesmas, esquecendo que o mundo é tão grande e que existem tantas pessoas que nos estendem as mãos, que esperam de nós luz, vida, salvação. Recordemos que, como cristãs devemos dar em proporção ao quanto recebemos (VPC 124).
«Recebemos e devemos dar»: esta expressão é um motivo recorrente nas conversas e nos escritos da Primeira Mestra. «Quantas vezes falava em levar um pouco de bem às almas, em levar um pouco de luz ao mundo», testemunhou dela padre Alberione.
Qual seria a exortação, hoje, que nos faria a nossa cara mãe? Fiz esta pergunta a diversas irmãs “mais velhas” e considerei iluminadoras as suas respostas.
Mestra Tecla gostaria, antes de tudo, de nos ver livres no coração e contentes, generosas e altruístas, intensamente participantes dos sofrimentos do mundo, à escuta do Espírito para responder aos seus apelos e encontrar caminhos novos para o anúncio do Evangelho. Exortaria a nunca esquecer-nos de que as raízes da árvore são sempre vivas e que garantia do bom caminho é permanecer unidas com fé, conectadas e coração aberto às necessidades do mundo. Recordaria que, para fazer o bem aos outros, devemos viver profundamente o chamado à santidade, que é chamado ao amor vivido, faz sair «do individualismo, do pessimismo, do fechamento em pequenos mundos» (Gaudete et exsultate, 134) e impede o aprofundamento na «mediocridade tranquila e anestesiante» (GE 138). E nos recomendaria solidificar a unidade e o sentido de Família como sinal dos tempos e de testemunho para hoje.
Peçamos, irmãs, por nós todas e pelos membros da “admirável Família Paulina”, que a Primeira Mestra Tecla tanto amou, a sua materna intercessão.
Com afeto grande.
sr Anna Caiazza
superiora geral