Torna-te quem tu és
Mateus 2,1-12
Penso na Epifania, festa de hoje, como um elogio à inquietação. Os Magos são pessoas inquietas. Vivem declinando os verbos: sair, abandonar, lançar-se, partir, procurar, perguntar, duvidar. São pessoas que não têm nenhuma certeza, que não se contentam com qualquer coisa, por isso podem se colocar a caminho. Duvidam de tudo, por isso podem ter fé.
Os Magos falam de um desejo de realização inscrito no coração insatisfeito de cada ser humano, intuindo que sua realização está sempre além daquela estrela que pensavam dar sentido a sua vida.
A vida, frequentemente nos ensina que está grávido de vida aquilo que nasce de uma ferida, de um revés, de um desvio, de uma saída da estrada.
Ser discípulos de Jesus não significa tornar-nos melhores, mas finalmente tornar-nos a nós mesmos. E – como os Magos – finalmente poder prostrar-nos diante de uma vida frágil e indefesa, partilhando o que cada um de nós tem de mais precioso, cientes de que só quem compartilha seu mundo interior com o outro, pode alimentar a esperança de transformar o mundo inteiro.
Extraído das homílias de Pe. Paolo Scquizzato
Floresça o justo em seus dias!
E haja abundância de paz,
até quando a lua não mais existir.
