Roma, de fevereiro de 2023
Queridas Irmãs e jovens em formação,
conversando um dia com Ir. Vincenza Salvà – que nos deixou há alguns meses, aos 105 anos – fiquei particularmente impressionada com uma sua frase: «Quando a Primeira Mestra te encontrava, te olhava nos olhos, e a sua primeira pergunta era: “Como você está? Em casa como estão?”… Ela era uma verdadeira mãe, tinha um coração de mãe». “Mãe”, como a tinha definido Pe. Alberione: «Vocês terão outras Primeiras Mestras, mas só ela foi sobretudo Mãe do Instituto».
Em seu grande “coração de mãe”, na verdade havia toda a Família Paulina, que ela havia visto nascer e a cujo crescimento havia cooperado, como o próprio Fundador testemunhou: «Ela sentia as dificuldades, exultava com o desenvolvimento, se informava. Em sua última doença, ela recordava e rezava».
Os Paulinos a sentiram como uma mãe. Mestra Tecla os tinha visto crescer, trabalhar, sacrificar-se pelo Evangelho junto com as suas Filhas. Ela os amava ternamente, e eles retribuíam esse amor. Quando as relações entre as duas Congregações se tornaram um pouco difíceis, ela interveio de forma decisiva, lembrando o desejo e a orientação do Primeiro Mestre para que os dois Institutos caminhassem juntos, em «uma colaboração bem entendida, que garanta a vida, o desenvolvimento de ambos, favoreça todas as iniciativas, os faça compartilhar os sacrifícios e os méritos» (VPC 138). Sempre exortava para fazer prevalecer «a justiça, a caridade, a bondade».
Mestra Tecla compartilhou e apoiou a fundação das Pias Discípulas, que sempre amou e admirou, mostrando compreender desde o início a finalidade da missão delas. Quando, após não poucos anos de fadiga, elas conseguiram sua autonomia, ela se alegrava ao saber dos progressos conquistados: «Estou feliz», dizia, «estou realmente contente por vocês. Que o Senhor as abençoe: vão em frente!».
Para o nascimento das Pastorinhas, a Prima Mestra rezou e colaborou, encorajando-as com palavras, orações, gestos de benevolência. Em um bilhete, ela escreveu: «Eu as sigo nas coisas belas que fazem, no progresso de vocês, e me alegro. Bendito seja o Senhor».
Mestra Tecla experimentou um intenso carinho, um amor «atencioso e previdente» pelas Apostolinas, a congregação mais jovem do FP. Ela as apoiou, encorajou, ajudou. No início da Se vuoi, ela exortou as Filhas de São Paulo a terem a revista nas próprias livrarias e promovê-la.
O papel da Prima Maestra na fundação dos Institutos agregados foi importantíssimo, por seu apoio ao Pe. Alberione, por sua intensa oração, pelo encorajamento constante àqueles que procuravam e acompanhavam os primeiros membros.
Mestra Tecla – que é fruto da oração dos primeiros Cooperadores, como atesta o próprio Fundador – sempre nos solicitou a acolhê-los, forma-los, envolvê-los na missão. Por eles, ela rezou e se ofereceu.
É lindo, irmãs, ser e saber–se Família. E é bom também sentir que o desejo e o compromisso de caminhar sempre mais juntos para anunciar o Evangelho, na diversidade e complementaridade dos dons, é para nós uma preciosa herança recebida de Maestra Tecla.
O Pe. Alberione revelou que muitas vezes pedia a intercessão dela pela Família Paulina. Façamo-lo também nós, pedindo sua intercessão materna para que a unidade se fortaleça entre nós, como um sinal dos tempos e um testemunho para os dias de hoje.
Com muito carinho.
Ir. Anna Caiazza
superiora geral