Revestir-se de Cristo
Nesta passagem do Evangelho, João Batista apresenta-se com a intenção de proclamar a conversão pelo batismo. Marcos não faz outra coisa senão a de convidar-nos a revestir-nos de Cristo, do seu viver, do seu modo de pensar e agir. Enfim, revestir-nos do Evangelho, do amor de Deus por nós, da lógica do bem, único caminho a percorrer no cotidiano da vida, marcada pela morte e morte definitiva, vivendo para sempre (cf. Rm 13,14).
João nutre-se com mel silvestre. O mel, em toda a Bíblia, é símbolo da Palavra de Deus. Por metáfora: se no deserto da nossa existência, onde tudo tem sabor de morte, de derrota, de mal, começamos a alimentar-nos com a Palavra de Deus, ou seja, fazer ‘a experiência’ do Amor que vence também a morte, então aprenderemos a destruir aquela ‘serpente’ que sempre quis inocular uma tremenda e mentirosa ideia sobre Deus como pai-patrão, juiz vingativo e encaminhar-nos prontamente ao seu abraço de misericórdia e bondade, o lugar que sempre nos destinou, a nossa verdadeira Terra Prometida.
E aí, alimentados por este amor, conscientes de que somos seus filhos amados, enfim revestidos dos mesmos sentimentos de Cristo (Fl 2, 5), podemos superar a morte, pois finalmente somos capazes de amar.
Texto extraído das homílias de Pe. Paolo Scquizzato
A salvação está próxima dos que o temem,
e a glória habitará em nossa terra.