Caríssimas irmãs,
o evangelho da solenidade de Jesus Mestre, do ano A, nos convida a situar-nos na última noite da vida terrena de Cristo. Naquela sala, chamada “Cenáculo”, no andar superior de uma casa de Jerusalém, ele realizou, surpreendentemente, o gesto do lava-pés, proibido radicalmente aos servos hebreus em relação aos seus patrões, porque extremamente humilhante e, portanto, reservado aos escravos estrangeiros. Jesus vive o magistério no sinal do amor supremo, do dom da vida; depõe as vestes, se ajoelha diante dos seus, se faz servo e modelo: «Dei-vos o exemplo, para que, como eu fiz, façais vós» (Jo 13,12-15).
A contemplação do Mestre na sua “hora” se torna para nós experiência de intimidade e do assumir o seu modo de ser e de agir para fazer como Ele fez (cf. Jo 13,34); é um apelo para entrar na lógica de sua “entrega”, a deixar-se imergir no amor trinitário para que toda a vida, em um progressivo caminho de cristificação, se torne epifania desse amor. O Fundador nos dizia com insistência:
«Viver Jesus Cristo inteiro… chegar não só à união de vida com ele, mas à ação de vida com ele, ou seja, ao apostolado» (FSP55, p. 270).
A missão nasceu do amor. Ir. Assunta Bassi, com profunda convicção repetia: “O apostolado é uma vida, não é algo para fazer … nós a entendemos?” E o Fundador repetiu que para cumprir a missão é preciso “ter um coração ardente … que não pode se conter …” (FSP47 p. 417).
À luz da próxima solenidade de Jesus Mestre, é bom redescobrir o apostolado como uma manifestação da vida de Jesus pulsando em nós. Don Alberione insistia:
“Quando vocês vão para a capela, para a Visita, perguntem ao Senhor o que Ele quer que vocês digam, depois escrevam. Apreendam da Missa, da Comunhão, do Tabernáculo … e então escrevam … Apreendam especialmente de Deus. Ouçam o Senhor! … Cada uma é como uma chama … “(FSP54, p. 182).
Concluiu-se na semana passada, em Ariccia, o 2º Seminário Internacional dos Editores Paulinos (veja os links em paulus.net). Foi um convite para redescobrir a natureza docente do nosso Instituto e para ouvir o convite que fala aos nossos corações de “fazer-nos caneta e voz de Deus”, (cfr FSP54 p. 255..); foi também uma ótima oportunidade para a organização do Encontro Internacional para as irmãs encarregadas das edições que se fará no próximo outono.
O mundo nos fala com os mil rostos marcados pela dor, pela marginalização, pela violência, pela opressão. Renovemos a fé na graça da vocação para “discernir os novos caminhos que o Espírito abre à Palavra” (Const. 8). O Papa Francisco reafirma: “Há uma multidão com fome lá fora e Jesus nos repete sem parar: Deem vocês mesmos de comer “(EG 49).
Acolhamos o convite do Papa para viver o próximo 19 de novembro, o primeiro “Dia Mundial dos Pobres”, criando momentos de solidariedade com os mais desfavorecidos, reagindo à cultura do desperdiço, do esbanjo, tendo um estilo de vida simples, pobre, alegre, cheio de fé como viveu don Alberione, Maestra Tecla, e muitas irmãs que nos precederam e que, para o anúncio do Evangelho, deram a vida.
Boa Festa de Jesus Mestre a todas. Com grande afeto
Ir. Anna Maria Parenzan
Superiora geral
